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José Mariño
23.10.2017
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"Embaixador”, “guru”,
“pai-guia” do hip hop nacional.
Para quem conhece a história do rap português, este nome é considerado um farol.
No início dos anos 1990, na Rádio Energia, era a voz (e o critério) de José Mariño a anunciar as melhores e mais frescas novidades deste género musical.
Apresentou ao mundo (ou aos ouvintes semanais do NRJ e do Repto) muitos dos artistas que viriam a dominar os tops e a defender o uso das rimas em português.
Não é por acaso que Sam The Kid lhe chama “o homem, o cicerone” que mostrou tanta boa música a várias gerações.
Mas vamos às raízes. Tem uma ligação antiga à música, principalmente à procura dela. Com mãe portuguesa e pai espanhol, habituou-se a comparar o que se tocava nas rádios dos dois lados da fronteira.
Daí ao boom das rádios pirata, nos anos 1980, foi um saltinho.
Ainda muito novo já corria as discotecas de Lisboa, frequentava as matinés, comprava os álbuns que mais lhe interessavam e as revistas que condensavam a informação que, só muito depois, a internet viria a tornar tão acessível.
Eram outros tempos e José Mariño estava no lugar certo com a visão (e a audição) certeira. O primeiro trabalho foi na Correio da Manhã Rádio, em 1987. Horas de estúdio, entrevistas e um gosto musical eclético deram-lhe a tarimba para o que se seguiria.
Sempre com uma sensibilidade especial para o que os ouvintes procuravam, e porque a oferta era limitada, chegou a propor e a conduzir um programa dedicado ao heavy-metal (Braço de Ferro).
Mas depois chegaram os beats. Em 1992, rumou à Rádio Energia, o ramo jovem do grupo TSF.
Aqui, estreou o primeiro programa só de hip hop: NRJ (Novo Rap Jovem).
Estavam lançadas as sementes para a imensa colheira de artistas que descobriu e ajudou a divulgar por terras lusas. Isto porque, após esta breve passagem pela Energia, outra casa viria busca-lo: a Antena 3.
Aqui, criou o Repto, um programa radiofónico que marcou a história do rap nacional. Estávamos em 1994 e vinha aí o Rapública, o projeto mais relevante das origens do hip hop português.
Durante a semana, José Mariño fazia a programação normal da grelha radiofónica: notícias da manhã, trânsito, blocos informativos. Mas aos fins-de-semana, durante duas horas, coordenava dois leitores de CD’s (quando funcionavam) e um gira-discos para apresentar RedMan, Sam The Kid, Boss AC, Wu-Tang Clan e muitos, muitos outros que moldaram o panorama musical das últimas décadas.
Recebeu centenas de K7’s com freestyles ou gravações mais profissionais. Acompanhou os espetáculos de dezenas de grupos que rimavam as suas verdades. Juntou uma comunidade de ouvintes fiéis que, sem a sua liderança e cuidado em contextualizar cada nova faixa, cada novo artista, não conheceria um fenómeno que se tornaria global.
Hoje, todos falamos de hip hop como mais um género de música à distância de um clique. Nessa altura, havia o Repto e aquilo que José Mariño escolhia passar.
Mas a voz é uma ferramenta dinâmica, e estas cordas vocais também se esticam noutros registos.
Podemos ouvir o timbre “Zé Mariño” em campanhas publicitárias de marcas tão diversas como revista Rumos, Amb3E, Santander, Nizoral, Danone, MacDonalds, entre outras peças institucionais de grandes marcas.
Como divulgador primeiro do hip hop, ele sabe adaptar o tom para prender uma audiência jovem ou para enlevar um registo mais formal.
De qualquer forma, é uma voz que marca e que, passe o pleonasmo, fica no ouvido.
A carreira deste locutor/mentor tão ligado a uma época especial também passou pela televisão.
Na SIC Radical, apresentou o programa Beatbox, na linha do que já fazia na rádio.
Mais tarde, em 2006, viria a ser diretor-adjunto e editor musical da Antena 3, cargos que ocupou durou vários anos.
Nos últimos tempos, mudou de vida e rumou a sul.
Em Vila do Bispo, dedica o tempo um projeto diferente, mas nada o afasta deste mundo que ajudou a criar e, quando o rapper Valete lançou um novo som, foi a voz de José Mariño que melhor o anunciou. Tal como qualquer outro artista, projeto ou marca em o “embaixador” Mariño acredite.
Para quem conhece a história do rap português, este nome é considerado um farol.
No início dos anos 1990, na Rádio Energia, era a voz (e o critério) de José Mariño a anunciar as melhores e mais frescas novidades deste género musical.
Apresentou ao mundo (ou aos ouvintes semanais do NRJ e do Repto) muitos dos artistas que viriam a dominar os tops e a defender o uso das rimas em português.
Não é por acaso que Sam The Kid lhe chama “o homem, o cicerone” que mostrou tanta boa música a várias gerações.
Mas vamos às raízes. Tem uma ligação antiga à música, principalmente à procura dela. Com mãe portuguesa e pai espanhol, habituou-se a comparar o que se tocava nas rádios dos dois lados da fronteira.
Daí ao boom das rádios pirata, nos anos 1980, foi um saltinho.
Ainda muito novo já corria as discotecas de Lisboa, frequentava as matinés, comprava os álbuns que mais lhe interessavam e as revistas que condensavam a informação que, só muito depois, a internet viria a tornar tão acessível.
Eram outros tempos e José Mariño estava no lugar certo com a visão (e a audição) certeira. O primeiro trabalho foi na Correio da Manhã Rádio, em 1987. Horas de estúdio, entrevistas e um gosto musical eclético deram-lhe a tarimba para o que se seguiria.
Sempre com uma sensibilidade especial para o que os ouvintes procuravam, e porque a oferta era limitada, chegou a propor e a conduzir um programa dedicado ao heavy-metal (Braço de Ferro).
Mas depois chegaram os beats. Em 1992, rumou à Rádio Energia, o ramo jovem do grupo TSF.
Aqui, estreou o primeiro programa só de hip hop: NRJ (Novo Rap Jovem).
Estavam lançadas as sementes para a imensa colheira de artistas que descobriu e ajudou a divulgar por terras lusas. Isto porque, após esta breve passagem pela Energia, outra casa viria busca-lo: a Antena 3.
Aqui, criou o Repto, um programa radiofónico que marcou a história do rap nacional. Estávamos em 1994 e vinha aí o Rapública, o projeto mais relevante das origens do hip hop português.
Durante a semana, José Mariño fazia a programação normal da grelha radiofónica: notícias da manhã, trânsito, blocos informativos. Mas aos fins-de-semana, durante duas horas, coordenava dois leitores de CD’s (quando funcionavam) e um gira-discos para apresentar RedMan, Sam The Kid, Boss AC, Wu-Tang Clan e muitos, muitos outros que moldaram o panorama musical das últimas décadas.
Recebeu centenas de K7’s com freestyles ou gravações mais profissionais. Acompanhou os espetáculos de dezenas de grupos que rimavam as suas verdades. Juntou uma comunidade de ouvintes fiéis que, sem a sua liderança e cuidado em contextualizar cada nova faixa, cada novo artista, não conheceria um fenómeno que se tornaria global.
Hoje, todos falamos de hip hop como mais um género de música à distância de um clique. Nessa altura, havia o Repto e aquilo que José Mariño escolhia passar.
Mas a voz é uma ferramenta dinâmica, e estas cordas vocais também se esticam noutros registos.
Podemos ouvir o timbre “Zé Mariño” em campanhas publicitárias de marcas tão diversas como revista Rumos, Amb3E, Santander, Nizoral, Danone, MacDonalds, entre outras peças institucionais de grandes marcas.
Como divulgador primeiro do hip hop, ele sabe adaptar o tom para prender uma audiência jovem ou para enlevar um registo mais formal.
De qualquer forma, é uma voz que marca e que, passe o pleonasmo, fica no ouvido.
A carreira deste locutor/mentor tão ligado a uma época especial também passou pela televisão.
Na SIC Radical, apresentou o programa Beatbox, na linha do que já fazia na rádio.
Mais tarde, em 2006, viria a ser diretor-adjunto e editor musical da Antena 3, cargos que ocupou durou vários anos.
Nos últimos tempos, mudou de vida e rumou a sul.
Em Vila do Bispo, dedica o tempo um projeto diferente, mas nada o afasta deste mundo que ajudou a criar e, quando o rapper Valete lançou um novo som, foi a voz de José Mariño que melhor o anunciou. Tal como qualquer outro artista, projeto ou marca em o “embaixador” Mariño acredite.