Exclusivos ZOV
Paulo Oom
08.01.2019
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É o Mel Blanc português…
E não,
não é um exagero.
Se pensarmos nos maiores dobradores de sempre, o
nome do ‘homem das 1000 vozes’ norte-americano estará no topo da
lista. E se olharmos para o panorama da dobragem em português,
também Paulo Oom figurará entre os primeiros.
Além disso, há um
certo coelho animado cuja voz é partilhada por estes dois atores,
mesmo com décadas e um oceano de distância. Sim, a voz portuguesa
oficial de Bugs Bunny, a que repete ‘Eh… Qual é, meu?’, é
responsabilidade de Paulo Oom, entre muitas, muitas outras.
Mas como chegou aqui, até aos
microfones e à participação em dezenas de clássicos da animação?
Como a maior parte dos atores, pelo teatro!
Sob a batuta de Fernanda
Lapa, teve a sua estreia profissional na representação no Centro de
Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian. Corria o ano de 1984
e muitos outros palcos se seguiram... Trabalhando com alguns dos
melhores encenadores nacionais e internacionais, Paulo Oom passou
pelo Teatro D. Maria II, pela Cornucópia, pel’A Barraca, pelo
Teatro São Luiz e muitos mais.
Chegou mesmo a fundar e coordenar as
múltiplas dimensões do Grupo e Espaço Teatroesfera, uma iniciativa
que chegou com o novo milénio. Aqui, Paulo fez de tudo, entre
dramaturgia, encenação, cenografia e, numa outra faceta dos seus
talentos, também a música de diversos espetáculos. E embora tenha
conquistado um lugar de destaque na dobragem nacional, nunca
abandonou as bases. Mais recentemente, podemos ver o seu trabalho na
peça O Frigorífico.
Como não podia deixar de ser, Paulo
Oom também foi alargando o seu currículo com diversas passagens por
programas televisivos, incluindo telefilmes e sitcoms.
Personagens distintas, com toques de comédia ou instintos mais
dramáticos, representam apenas mais alguns desafios que este ator
polifacetado foi ultrapassando ao longo da carreira. E sempre com a
maior recetividade do grande público.
Mas a voz, ah, a voz. Se ‘fazer de’
Bugs Bunny já é um carimbo considerável – seja nas conversas com
Michael Jordan em Space Jam (1996) ou nos inúmeros episódios
dos Looney Toons –, Paulo Oom conjuga a longa carreira de
dobrador com a direção de atores no estúdio de gravação.
Lembram-se do Shrek?
Foi ele a ajudar vários atores nacionais
a encontrar um rumo na versão portuguesa das viagens ao reino Bué
Bué Longe.
E este é apenas um exemplo das muitas séries de
animação e longas-metragens em que dá as dicas para obter o melhor
resultado final: as versões portuguesas inesquecíveis que os fãs
celebram.
Podíamos apresentar uma lista imensa
de projetos em que a voz de Paulo Oom se destaca, mas basta dizermos
que quase todos os clássicos Disney dobrados em português têm a
sua participação.
Entre vilões, comic-reliefs e
protagonistas, aqui ficam alguns exemplos de personagens
‘Oomnizadas’: Pongo de Os 101 Dálmatas, Kaa de O Livro
da Selva, Ray de A Princesa e o Sapo, Victor d’O
Corcunda de Notre Dame, a Lebre de Alice no País das
Maravilhas (live-action), Wiggins de Pocahontas,
Sr. Big de Zootrópolis, Lorde Macintosh de Brave e
tantos, tantos mais.
Como em Força Ralph, cuja versão
portuguesa conta com, pelo menos, nove personagens dobrados por este
ator.
E se sairmos do universo Disney a lista continua tão ou mais
extensa, já que a sua voz ‘entrou’ em O Príncipe do Egito,
Polar Express, os filmes da saga Pokémon e, claro,
Shrek – sim, Paulo Oom deu vida ao Gato das Botas, cuja
dobragem repetiu no filme em torno do belicoso felino.
Por outro lado, temos as séries de
animação, como por exemplo Chapulin, e as
locuções para publicidade, já que marcas tão conhecidas como Nissan, Staples, Continente,
também procuraram este mestre do estúdio de gravação.
E tudo isto
sem esquecermos que Paulo Oom, além de um intérprete de textos
incomum também canta. As canções do Rei Louie em O Livro da
Selva ou a versão nacional do tema do filme d’Os Marretas
são um bom exemplo desta amplitude de registos.
O pior mesmo é destacar apenas um
filme, uma série, um episódio ou uma personagem. Quando falamos da
dobragem nacional, Paulo Oom tem um espaço consolidado e, se
quisermos saber mais, podemos espreitar as suas redes sociais.
Há
sempre mais uma voz, um momento capturado no estúdio de gravação,
no plateaux ou na sala de teatro.
E há 1001 maneiras de os
continuarmos a celebrar.