Foi bastante dificil.. Demorei anos até que me chamassem. Quando ligava para as productoras e estudios de gravação para deixar registo de voz, no final diziam-me que eu tinha uma voz bonita mas pouco comercial, "tens uma voz de cama" ouvi várias vezes... "E isso é mau?" (pensava eu..). Mesmo tentando registos e interpretações diferentes obtinha sempre o mesmo: "depois dizemos qualquer coisa". E nunca diziam.. Finalmente consegui fazer uma maquete para a Knorr e fiquei voz de companhia. Desde então nunca mais parei!

Cheguei de uma forma natural, por causa de uma agência que me ouvia quando fazia as manhãs da XFM e gostava da minha voz.

Espero que já não seja pela voz de cama :)

A minha descrição favorita para a minha voz foi a que encaixou no briefing do casting inicial da Foxlife, onde sou voz de estação desde o arranque do canal: tipo George Clooney, mas em português

Todos. Estou sempre a tentar fazer melhor e diferente.

Ando a melhorar o hardselling, as coisas mais gritadas. Como não tenho o hábito de gritar e falo normalmente baixo, é sempre o tipo mais difícil de registo, apesar de me sentir confortável a fazê-lo.

sou magra mas como que nem um bicho. Sou uma despesa lá em casa! :)

O ter passado ao lado de uma potencial grande carreira como jogador de xadrez, por exemplo?

Dizer "Até já" e ganhar 630euros em menos de um minuto :)

Ter feito, provavelmente, a frase legal mais rápida do mundo, sem me enganar. Era de um medicamento e tinha palavras do tipo desoxirribonucleico ou amoxicilina.

Uma agencia de vozes criada por mulheres fortes e determinadas que tiveram a coragem de apostar num projecto diferente e constroem uma relação profissional, carinhosa e de confiança com os agenciados.

A Zov é uma equipa de luxo, de gente competente e simpática, eclética e bem equilibrada, em quem deposito toda a minha confiança. Ainda por cima, têm boa onda e sentido de humor. E são giras, Afonso incluído.

Ser mãe! Um trabalho a tempo inteiro muito muito muito cansativo mas incomparávelmente o melhor!

Ouvidor de música

Os dois completam-se. A imagem normalmente tem mais impacto. Mas não é obrigatoriamente melhor.

Eu prefiro a voz. Na perspectiva do fazedor, esta-se mais resguardado e podes vestir o que te apetecer, o que para quem anda mais de 6 meses por ano de calções, é uma coisa excelente. E é mais cool, não tens de levar com iluminação em cima nem usar maquilhagem. Na perspectiva do receptor, a voz é mais intimista e menos ruídosa, mais directa e envolvente, e também menos cansativa.

A lêr, observar, reflectir, brincar com o meu filho, namorar, almoçar ou jantar com amigos, gerir a casa, trabalhar noutras áreas da minha profissão, viajar... E gosto muito de aprender a não fazer nada. Digo aprender porque ainda é um processo para mim. Abomino o habito de nos agarrarmos ao telemovel quando não temos nada para fazer. As pessoas já não sabem estar sem consumir informação o tempo inteiro. E a maior parte dessa informação é lixo. Não ser vitima do stress e saber parar é uma prioridade na minha vida.

A fazer rádio. E quando não estou a trabalhar, estou a trabalhar a ouvir música, ver filmes, ler livros, a ver o que a cidade e o mundo têm para me oferecer

Uma das muitas formas de comunicar.

A Voz é o James Earl Jones, o Gil Scott-Heron e o Tom Waits

Ter o previlégio de estar viva. E conseguir dar valor a isso todos os dias.

Muita coisa. As coisas simples da vida, essas em que estão a pensar, dos golos do Benfica aos gelados do Santini.

Não vivo com medos. Só os sinto no momento. Mas não estão presentes na minha vida.

Como ando de bicicleta todos os dias, na cidade, é ir parar ao hospital ou coisa pior.

Não sou muito festiva (aniversários, natais, casamentos baptizados etc... Não é comigo...). Mas esforço-me! Dou liberdade e confio nas pessoas que amo. Não cultivo os ciumes e a possessão.

Sou teimoso. Faço boas sopas.

Uma coisita aqui.. Uma coisita ali...

Teria ido ido ver o último concerto dos LCD Soundsystem ao Madison Square Garden

Grave. Rouca. Com alguma elasticidade. Inversamente proporcinal à minha imagem :)

Tenho um tipo de “voz de rádio”, aquilo a que em ambiente de gravação também chamamos de “voz de cama”. Tenho um timbre grave, um tom baixo, cheio e quente, uma voz simpática, macia e bem definida.

Tenho vários. De deferentes estilos. E vou mudando de preferencias com alguma regularidade. O Eduardo Rêgo (locutor) no entanto "acompanha-me" há anos com os seus magnificos documentarios da BBC Vida Selvagem.

Admiro imenso o João Grosso, acho fantástico o que ele é capaz de fazer com a voz, a forma como diz um texto e sobretudo poesia, que é uma coisa dificílima. E depois, há uma série de pessoas que têm a capacidade de nos agarrar (pelas orelhas) e levar-nos com elas, e existem nas mais dversas áreas, da rádio ao cinema, passando pelo teatro ou pela dizedura. Mas mais importante do que a voz que se tem, é aquilo que se diz e faz com ela.

Foi para a Knorr. Mas já não me lembro de grande coisa.. Foi há muito muito tempo atrás, num reino distante...

Lembro. Foi do lançamento das pastilhas Smint. Ainda por cima o packshot era em inglês, “No Smint, No Kiss”

Dobragens de desenhos animados. Adoro!! E modestia à parte acho que tenho bastante jeito :)

Gosto de fazer tudo, da publicidade mais interpretada aos packshots/assinaturas. Gosto imenso de trabalhar na rádio e da dinâmica voz, música, conversa. Acho que é uma coisa especial. E depois gosto de fazer narrações e voz off de textos interessantes. Falta-me a dobragem num filme de animação, esse clássico da locução.

Tantos como com a beleza. Sou uma desgraça... De vez em quando lá bebo um chá com mel e gengibre.. Sei que a casca de cebola e perpetuas rôxas também têm efeitos benéficos. Mas raramente me lembro de ser cuidadosa e tenho pouca paciencia...

Não fumo, raramente bebo café e nunca antes de uma gravação, e desde que há anos fiquei afónico por causa de um ar condicionado polar em dia de canícula, passei a ter bastante cuidado com transições bruscas de temperatura.

Nada muito definitivo ou concreto. Varia consoante o meu estado de espirito, o meu trabalho, o momento que estou a viver, etc.. Depende de tanta coisa.. Estou em constante mutação! :) .

Para além dos nomes que já referi, e das artes em geral, o que mais me inspira são os projectos e as ideias desafiantes, sobretudo os que nascem de delírios em brainstormings espontâneos e inesperados do género “’bora lá?”

ainda estou à espera.

A mais bizarra foi estar a gravar um dia inteiro a gravar uma campanha, urgente e impactante, ter de desmarcar uma série de coisas, inclusive compromissos familiares, viagens, e quando chegámos ao fim, e tod a gente estava satisfeita com o trabalho final... O cliente ouviu e disse que afinal já não era nada daquilo que queria e sim exactamente o contrário. Mandámos vir uma pizza e eu saí por volta da meia-noite do estúdio,com o trabalho (re)feito e aprovado. Tinha entrado às duas da tarde...

Não tenho. Vou tendo. Não sou muito de "preferidos".

Em geral, combóios, impressoras, ondas a rebentar, um leitor de cds que tive que fazia um som incrível quando abria a gaveta onde se punha o cd a tocar, baixos e cowbell.

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Filme preferido, tem dias. Mas será provavelmente o “Fight Club”

Já me deram vários "melhores conselhos". Assimilo-os todos e nunca consigo citar nenhum. Mas não me levar demasiado a sério e saber relativizar é aquele que de momento tenho mais presente.

Tem mas é juízo.

Se contasse deixava de poder continuar a surpreender!...

Tenho.